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Livros Antigos: Ameaça Invisível nas Prateleiras

Descubra os perigos ocultos em obras do século 19 e como identificá-los

Livros antigos fonte: Natalia Y. /Unsplash

Em um mundo onde os livros são frequentemente vistos como tesouros inofensivos de conhecimento, é surpreendente descobrir que algumas dessas preciosidades literárias podem esconder perigos sutis, prontos para serem revelados nas prateleiras das bibliotecas ou em nossas próprias estantes. Este é o dilema que o "Projeto Livro Venenoso" está enfrentando, uma iniciativa colaborativa entre o Museu, Jardim e Biblioteca Winterthur e a Universidade de Delaware.

O foco deste projeto não está na narrativa textual, mas sim nos componentes físicos dos livros, em particular nas cores das capas. Recentemente, os holofotes se voltaram para a presença de elementos tóxicos em livros do século 19, despertando preocupações sobre exposição ao arsênico e outros compostos nocivos.

Durante o século 19, capas de tecido colorido eram comuns na encadernação de livros, atraindo os leitores com suas tonalidades vibrantes de verde, vermelho e amarelo. Contudo, essas cores vibrantes camuflavam um perigo invisível: pigmentos contendo arsênico, mercúrio e chumbo.

Especialmente o verde, que era obtido através do pigmento verde de Scheele, escondia um veneno mortal. Apesar de as preocupações com esses corantes terem diminuído com o tempo, ainda é possível encontrar livros antigos com capas que representam um risco à saúde.

Além do verde, pigmentos vermelhos e amarelos também levantam preocupações. O vermilion, à base de mercúrio, e o cromato de chumbo, usado em tonalidades amarelas, apresentam riscos significativos para quem manuseia esses livros regularmente.

Apesar dos perigos, especialistas tranquilizam que a maioria das exposições é inofensiva para a saúde. No entanto, para aqueles que lidam regularmente com esses materiais, medidas de segurança são aconselháveis, como o uso de luvas e a limpeza cuidadosa após o manuseio.

O "Projeto Livro Venenoso" visa conscientizar sobre esses perigos e fornecer recursos para identificar obras potencialmente perigosas. Com a colaboração de pesquisadores e o apoio da comunidade, mais de 238 edições de arsênico já foram identificadas em todo o mundo, contribuindo para um ambiente mais seguro nas bibliotecas e coleções particulares. Este é um lembrete importante de que, por trás da beleza e do encanto das obras antigas, pode-se esconder uma ameaça invisível, exigindo vigilância e precaução em nossas interações com esses tesouros literários.